Por Marcelo Kurts
Em 1989 peguei emprestado o LP “How Ya Like Me Now”, recém lançado pelo rapper Kool Moe Dee, para gravar uma fita cassete. Ao ouvir a clássica “No Respect”, fiquei espantado com o groove de R&B e os riffs de guitarras que lembravam canções dos anos 60.
Como o acesso à informação era restrito, a internet nem sonhava em chegar ao Brasil, busquei informações através de revistas sobre a origem daquele RAP. Foi meu primeiro contato com o hit “No Respect”, uma canção sexista que fora transformada em hino feminista e na luta por direitos civis na voz de uma diva, Aretha Franklin.
Na versão original de 1965, de Otis Redding, haviam palavras que foram substituídas, pois a mensagem contava que um certo homem ao chegar em casa após seu dia de trabalho pedia que sua esposa se submetesse a ele implorando por sexo em troca de sustento.
Em 1967, Aretha, através do estúdio Atlantic Record, gravou uma nova versão, intitulada “Respect”, na cidade de New York, dando resposta ao compositor da antiga letra. O hit se tornou uma das mais influentes gravações na história do R&B, ficando por três semanas em primeiro lugar na parada da Billboard em junho de 1968, entoado pela voz de uma simples cantora gospel de aproximadamente 25 anos de idade.
Considerada pela revista Rolling Stone como uma das cinco melhores músicas de todos os tempos, valeu a pena eu ter ouvido o RAP de Kool Moe Dee e chegado à canção original que tanto admirei.
Aretha se foi, vítima de câncer no pâncreas em 16 de agosto de 2018, mas sua obra ficará eternizada em inúmeras gravações de sucesso, além da conquista de 18 Gammys seguido do título de Rainha do Soul.
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