O Selo Matilha, plataforma musical que fomenta a cena hip hop nacional independente desde 2010, inaugura as comemorações do aniversário de 10 anos da nave mãe Matilha Cultural com o lançamento da “Mixtape Vol. 2”. O disco, que conta com 14 faixas e um registro de caráter social e tem produção musical de Mr. Bomba e produção executiva de William Gil aka Zulu, está em todas as plataformas digitais e, posteriormente, em vinil duplo de edição limitada.
Com DNA artístico vanguardista, crítico e democrático, a Matilha Cultural promove evento aberto ao público em março para marcar o lançamento da “Mixtape Vol. 2” com festa, bate-papo sobre a produção e audição do disco. Na semana seguinte, serão realizadas oficinas com alguns dos artistas que integram o projeto.
Alinhadas com os pilares de atuação da Matilha Cultural, que se dedica a causas como direitos humanos, meio ambiente e sustentabilidade, as temáticas das faixas da mixtape sobrevoam territórios como os da demarcação de terras indígenas e da qualidade da água, imergem nos direitos das mulheres – que irão protagonizar a “Mixtape das Minas”, com lançamento pelo Selo Matilha previsto para o segundo semestre – e flanam por questões existencialistas.
Assim, a “Mixtape Vol. 2” já abre os trabalhos em um registro de 2016 do encontro entre Criolo, que está presente em duas faixas na “Mixatape Matilha Vol.1” (2010), e o rapper de 16 anos, de origem guarani, Werá Jeguaka Mirim, que vive na aldeia de Krukutu, na região de Parelheiros, na zona sul de São Paulo. Bomba disponibilizou um catálogo com centenas de bases de sua autoria para que cada convidado do projeto elegesse sua favorita. A nova geração está representada por Bitrinho, Flow MC e Atentado Napalm, enquanto veteranos como Black Alien destilam pedradas como a pesadíssima “Sem Tempo Ruim pra Fechar o Tempo”, fincando sua “caneta na mão desde os anos 90” com louvor nesta bolacha.
Todas as faixas, incluindo o registro que clama pela demarcação de terras indígenas, são produzidas pelo MC e produtor veterano do rap nacional Mr. Bomba. É ele o fundador do lendário grupo SP Funk, que lançou, apadrinhado por Thaide e DJ Hum, seu álbum de estreia “O Lado B do Hip-Hop” (2001) contendo os primeiros registros de Sabotage, Kamau, Max B.O. e Z’África Brasil e participações de RZO e Bukassa Kabengele. Com o grupo, Bomba dividiu o palco com nomes internacionais como Snoop Dogg e Ja Rule e lançou ainda o disco “Tá Pra Noiz” (2007), com participações de Mr Catra, Negra Li e Lino Crizz.
Depois de assinar produções de faixas como “Gueto”, de Marcelo D2 com feat. de Mr Catra, Mr. Bomba criou o grupo Braza com o rapper Cabal. Ao lado do produtor norte-americano Disco D, que colaborou com nomes como 50 Cent, a dupla percorreu os Estados Unidos em turnê e emplacou a faixa “Som do Braza” no videogame NBA 2007 e como tema do programa Road Rules da MTV norte-americana. Com atuações em diversos gêneros, Bomba colaborou como MC com nomes como Coolio, Sabotage e Asian Dub Foundation e é co-autor da música “Um Minuto”, do grupo Exaltasamba. Seu álbum solo, “De Ponta a Ponta” (2012), tem participações de Criolo, Coral Kadoshi, Sombra e Tio Fresh.
A Mixtape Vol. 1, lançada em 2010, com produção do trio formado por DJ Gustah, William Gil aka Zulu e Ras Wellington e mixagem e masterização de Alexandre Basa, traz doze faixas. O disco conta com nomes como Criolo, que apresenta em primeira mão a música “Samba Sim”, regravada com o título “Samba Sambei” no icônico disco “Nó na Orelha” em 2011. Dada Yute, Sombra, Sandrão, Funk Buia e Mr Bomba também integram o time do primeiro disco.
Deixe um comentário