Projeto tem participações de Black Alien, Seu Jorge, Emicida, Pitty, Criolo, BaianaSystem, Major RD, Rodrigo Lima (vocalista do Dead Fish), As Mercenárias, Mike Muir (vocalista do Suicidal Tendencies), Kamau e DJ Zegon
(Marcelo D2 e BNegão – foto: Bel Gandolfo)
Em um palco tomado por luzes verdes e uma energia que pulsa nas entranhas da música brasileira desde os anos 90, o Planet Hemp reviveu – e renovou – sua própria lenda.
O lançamento do DVD e álbum ao vivo “Planet Hemp Baseado em Fatos Reais: 30 Anos de Fumaça” é uma celebração vigorosa de três décadas de música, resistência e ativismo. Gravado em julho de 2024, em um show histórico com ingressos esgotados no Espaço Unimed, São Paulo, álbum e audiovisual reúnem 26 faixas que sintetizam a trajetória da banda, com colaborações e referências que marcaram essa jornada.
O álbum estará disponível em todas as plataformas digitais, nesta quarta-feira, 06 de novembro, às 20h, através do link. através do link. Produzido por Daniel Ganjaman, e com mixagens de Pedro Garcia, o projeto é um lançamento da Som Livre e Elemess.
Marcelo D2 comenta sobre o lançamento com o entusiasmo de quem viveu intensamente cada momento da trajetória do Planet Hemp: “Esse álbum ao vivo é mais do que uma celebração, é a reafirmação de tudo que sempre defendemos desde o começo. Cada faixa e participação trazem um pedaço dessa história, e ouvir isso ao vivo, com a energia do público, é lembrar o motivo pelo qual começamos. São 30 anos e a chama não se apagou, nem se apagará”.
BNegão, por sua vez, vê o lançamento como uma extensão do legado da banda, que atravessa gerações: “Tem algo marcante em pisar no palco e ver uma galera nova cantando tudo com a mesma empolgação de quem estava lá no começo. Esse disco ao vivo é o registro dessa energia, da nossa conexão com o público e de uma história que não se perdeu no tempo, ao contrário: apenas se fortaleceu. São 30 anos, mas a pressão sonora é a mesma – o Planet Hemp nunca foi só música; é uma ideia, uma mensagem que nunca deixou de ser atual. ”
Em um cenário inspirado nas “Green Houses somado à algo que lembra uma versão psicodélica dos Jardins Suspensos da Babilónia”, além da exibição de registros históricos em áudio e vídeo, o álbum e o áudio visual proporcionam ao público uma viagem por 30 anos de fumaça e contestação. E essa jornada começa com “Jardineiro”, faixa que abre os trabalhos relembrando o premiado álbum Jardineiros, vencedor de dois Latin GRAMMY, em 2023. Em seguida, “Ex-quadrilha da Fumaça / Fazendo a Cabeça” evocam os primórdios da banda, transportando o público de volta ao espírito da virada dos anos 90 para 2000, mas numa versão atualizada e pesadíssima.
“Distopia”, com a participação de Criolo, celebra a “força da canção” contra o retrocesso. Logo após, “Taca Fogo RMX” é energizada pela presença do trapper Major RD. “Fim do Fim”, ao lado de Rodrigo Lima (do Dead Fish) reafirma a conexão da banda com o punk rock que ajudou a definir sua identidade.
“Legalize Já” é uma das faixas mais simbólicas do Planet Hemp.Sua inclusão neste álbum ao vivo é essencial e faz refletir como, em 30 anos, o país não avançou como poderia na pauta, optando por estar na contramão do mundo. Em “Stab”, DJ Zegon, integrante histórico dessa gangue, une forças com a banda, preparando o terreno para outros velhos amigos do Planet que logo chegarão à festa.
Com “Nunca Tenha Medo RMX”, Seu Jorge e Emicida trazem uma colaboração poderosa, com a voz grave de Jorge entoando o refrão, enquanto Emicida chega com rimas inéditas, em homenagem aos mestres cariocas. Na instrumental “Biruta”, Seu Jorge relembra os tempos em que foi músico do Planet Hemp (ele tocou percussão na turnê mundial do álbum O Sagaz Homem Fumaça, de 2000) e mostra seus dotes adquiridos na flauta transversa, fazendo o groove deslanchar junto à ex quadrilha da fumaça.
“Queimando Tudo” marca o retorno de Black Alien, parceiro de longa data do Planet Hemp, em uma faixa que traz memórias dos tempos em que ele era parte integral do grupo. A sequência de Black Alien continua com “Deisdazseis”, “Zerovinteum” e “Contexto”, cada uma resgatando a química explosiva e sua conexão com a banda.
Em “Quem tem Seda”, o Planet Hemp revisita seu estilo característico, celebrando as ideias que defendem, com irreverência de sempre. A intensidade do álbum segue com “Puxa Fumo”, que reforça o ativismo da banda em relação à legalização da maconha. “Onda Forte”, com Kamau, é arte hip hop pura, refazendo o fôlego, enquanto “Não Vamos Desistir” brinda à resistência contra “os idiotas e toda a sua ganância”, que insistem em alimentar o caos e sufocar esperanças.
A colaboração com BaianaSystem em “Dig Dig Dig (Hempa) / Duas Cidades” é um dos destaques entre os destaques do álbum. A faixa combina reggae, rock e ritmos afro-brasileiros em uma sinergia explosiva, encapsulando o DNA multicultural da banda. “Hip Hop Rio” traz a reafirmação do “novo estilo carioca invadindo o mundo”, e “100% Hardcore” é um caso à parte: um som violento que se tornou um dos grandes hits dos shows da banda, sempre provoca uma catarse sem igual, por onde passa…e com um mini palco montado em meio à platéia, com os dois vocalistas ali, junto ao público, a coisa adquiriu níveis estratosféricos. Só vendo pra crer, entender e sentir a pressão.
“Salve Kalunga”, recebe os vocais de Mike Muir, líder do Suicidal Tendencies e uma das figuras mais influentes do hardcore mundial, em uma homenagem a Fábio Kalunga, ícone da cena underground carioca e líder do grupo skate punk Cabeça, falecido em 2017. Dentro totalmente das influências pós-punk dos integrantes do Planet, as pioneiras da banda As Mercenárias sobem ao palco para uma versão inclassificável de “Me Perco Nesse Tempo”, uma das pedras fundamentais do gênero no país. Pitty reedita a parceria de sucesso com a ex- quadrilha da fumaça, apresentada no último Rock in Rio, com “Admirável Chip Novo” numa releitura eletrizante de seu clássico.
Assim como no último registro ao vivo da banda, em 2001, “Samba Makossa” chega como homenagem-manifesto à memória e obra de Chico Science e Nação Zumbi, irmãos de caminhada e contemporâneos do Planet Hemp. Por fim, “Mantenha o Respeito” fecha a apresentação com um recado direto e inegociável, que simboliza a essência do Planet Hemp: a luta contra a opressão, pela verdade e pela música.
Assim, em meio a batidas, arranjos inéditos, riffs poderosos e letras que confrontam o status quo, o Planet Hemp entrega um manifesto vivo, um testemunho de seu impacto que transcende o tempo e alcança novas gerações.
RAP NA RUA OFICIAL
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