O artista e grafiteiro Alex Kaleb abre exposição individual em São Paulo

Com cerca de 40 obras, artista mostra pinturas, fotos, desenhos, esculturas e até sua produção de roupas na Galeria Objeto Particular

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(Créditos da imagem: Divulgação)

No dia 23 de novembro, das 15h às 21h, o artista Alex Kaleb abre a exposição individual “Uma estranha realidade”, na galeria Objeto Particular, em São Paulo. Com cerca de 40 obras inéditas, o artista e grafiteiro apresenta pinturas, grafites, desenhos, esculturas e roupas desenhadas por ele.

Com personagens fantásticos e enigmáticos, Kaleb apresenta um conjunto de obras que entrelaçam psicanálise, surrealismo e crítica social. O título da exposição “Uma estranha realidade”, é baseado no livro homônimo do antropólogo e escritor naturalizado norte-americano Carlos Castaneda, publicado em 1971.

O artista – multidisciplinar na sua criação – pinta muros da cidade desde 2002. “Sempre transitei muito entre a quebrada e bairro nobre, mas nunca me fechei em nenhum grupo específico”, conta o artista. Trabalhou muito com stencil (uma técnica rápida de fazer graffiti com uma imagem pré-desenhada e facilmente reproduzida) nos anos 2000, quando também desenhava camisetas.

Formado em comunicação social pela ESPM, mas também questionando esse universo, partiu para o graffiti. Desenvolveu uma de suas séries mais famosas, “Os voadores”, com personagens longilíneos que se espalharam pelos muros de São Paulo. Teve seu nome mencionado no livro “Graffiti Brazil” (2005), escrito por Tristan Manco, Ignacio Aronovich, Louise Chin e Caleb Neelon.

“A arte não é simétrica”

Kaleb também estudou técnicas da pintura renascentista com o artista italiano Lorenzo Pizzanelli durante o período em que morou fora do Brasil. Ali, aprendeu a pintar a óleo e desenvolveu uma predileção por desenhos de observação. “Nessa época comecei a assumir meu traço, que é mesmo um pouco estranho e assimétrico”, conta.

Entre os artistas que mais o inspiram, estão Arshile Gorky, um pintor surrealista armênio, o americano Mark Rothko, o neerlandês Willem de Kooning, todos do expressionismo abstrato. Dentre os brasileiros, Leonilson é uma referência, segundo o artista, porque “ensinou a variedade de meios de expressão na arte”.

Durante o período em que morou na Suíça, se aproximou da obra do pintor Jean Dubuffet, pintor francês teórico da arte bruta. A visita ao Museu de Arte Bruta transformou o seu olhar para a arte. Os projetos sociais de educação também fazem parte da sua trajetória. Durante o período de seis anos em que morou fora do país, deu aulas de arte e grafite para crianças refugiadas.

Agora, o artista une todas as suas facetas artísticas – desenho, pintura, escultura, telas e pintura em roupas – na exposição “Uma estranha realidade”. As telas com a pintura a óleo, tinta acrílica e spray são a grande novidade da sua obra. “Agora comecei a misturar todos os aprendizados ao longos desses anos e integrar todas as técnicas, inclusive as da rua, não existem mais distinções”.

Cenários psicodélicos e distópicos se misturam a figuras humanoides, xamãs enigmáticos e seres fragmentados sem rostos. Desertos, árvores cortadas apontam uma perspectiva melancólica do futuro, mas mostram também a redenção e potência de renascimento da natureza. Os seus personagens fantásticos e enigmáticos também trazem uma originalidade onírica.

A sua última individual aconteceu em 2013, com o título “De Heróis e Bandidos”, na Galeria TATO, em São Paulo. Exibiu individualmente suas obras também na mostra “Imagine”, na Combo Contemporary, em Perugia, na Itália, em 2012, e no mesmo ano, na Galleria dA.Co/Valentina Gregori, Terni, também em terras italianas. A exposição “Memories, Dreams, Reflections” foi apresentada na Lomo 8 Gallery, em Hamburgo, na Alemanha e também na Newton ArtCulture Space, em Barcelona. O artista já trabalhou em projetos e expôs suas obras também em Berlim, Florença, Lisboa, Rio de Janeiro e Zurich.

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