Cabal e Terra Preta trazem o drill em “No Baile”

Single-clipe gravado no Quitandinha e no Baile do 12 do Cinga abre as portas do inédito EP Pop e tem participação de MK, a braba do drill

Cabal e Terra Preta estão juntos em mais um lançamento e abrem os trabalhos do inédito EP Pop com o single-clipe “No Baile”, com participação de MK. A faixa com produção musical de Ty Fig, ganhou linhas de drill e traz toda a vibe de um verdadeiro baile.

O videoclipe foi gravado no Quitandinha, casa noturna de São Paulo, e contou com a direção de Peveralli. A produção ainda ganhou inserts de um baile de comunidade, conhecido como Baile do12 do Cinga, muito famoso na região norte da capital paulista.

O RNR trocou uma ideia com Cabal e Terra Preta sobre “No Baile”, confira como foi:

1- O clipe de “Me Chamou” foi gravado no Galleria Bar e agora “No Baile” foi gravado no Quitandinha. Tem algum motivo especial para ter escolhido famosas casas noturnas de SP para serem o cenário de seus clipes? Qual mensagem você quer passar para o público? 

Cabal:

Foi uma coincidência a gente ter gravado dois clipes na sequência em casas noturnas. A ideia da “Me Chamou” era trazer a estética do clipe e da música “Senhorita” e toda essa vibe de pista de dança de casa noturna. Já o clipe da “No Baile” a gente ia gravar no Baile do 12 do Cinga, um baile de comunidade na rua, mas o nosso diretor achou que seria muito complicado. Então acabamos não fazendo lá e eu só tinha dois dias pra resolver, foi quando decidi ligar pro meu amigo DJ Mass, do Quitandinha.

Acho muito legal o Quitandinha ser um club ligado a cultura do hip hop, aos pretos e pretas, uma parada mais raíz. E na verdade eu sempre quis gravar um clipe lá. A decoração em neon do RAP É COMPROMISSO é incrível, e todos aqueles quadros do Mano Brown, do Mr. Catra, enfim, são tantas referências. E ainda assim eu pedi pra um parceiro lá da 12 fazer algumas imagens, uns inserts. O editor do clipe conseguiu colocar esses inserts e misturar a vibe dos bailes. O resultado ficou muito legal, porque apesar de ser num club, ele ficou com uma estética mais suja, mais undeground. Eu fiquei muito satisfeito com o resultado.

Terra Preta:

Quando a gente fez a “Me Chamou”, desde o primeiro momento a gente já tinha noção de que ela seria pra tocar nas baladas, na noite black. Então a gente fez ela nessa atmosfera, trazendo elementos de música dos anos 2000 que passasse essa vibe. Quando a gente tinha acabado de se apresentar na casa do Léo Picon, no Galleria, vimos aquele ambiente muito bonito, aconchegante. Passou pela nossa mente a possibilidade de gravar o videoclipe ali. Então o Cabal entrou em contato com Léo e ele achou a ideia muito foda. A gente fez o clipe lá e com certeza foi o melhor lugar.

Enquanto a “No Baile”, a gente tinha a ideia inicial de fazer o clipe no fluxo. Algumas imagens a gente conseguiu captar, mas não deu pra fazer interações nossas cantando no fluxo, na rua, tal. Por coincidência a gente se apresentou no Quitandinha e captamos imagens do momento que a gente tava na casa com alguns amigos ali curtindo, aproveitamos o ambiente e deu super certo. A música “No Baile” fala exatamente sobre estar no rolê, na noite, são duas músicas com a temática parecida, só que a “No Baile” tem esse apelo mais dançante do drill e do funk.

2- Qual é o melhor momento para dar play em “No Baile”?

Cabal:

Acho que o melhor momento é quando você acorda, sai da cama e já dá o play. Primeiro porque é um beat de drill, e a gente tá muito empolgado com esse subgênero do RAP. O drill já é um estilo musical que empolga por si só e a letra é muito pra cima, muito pra frente. Acho que é uma música já pra acordar e começar o dia dando aquele gás. E obviamente a caminho de um baile, de preferência dentro de um baile. E pode ser qualquer baile, baile em casa noturna, baile na rua, pra todos os tipos de baile.

Terra Preta:

No meu gosto particular é o tipo de música que eu colocaria pra sair a noite com meu carro, ouvindo ela alto, ouvindo os graves dela. Principalmente se eu estiver saindo, indo pra alguma festa ou algum rolê. É uma música que dá um bom esquenta, dá uma sensação legal pra quem tá saindo a noite. Mas ela foi feita justamente pra tocar nas festas, porque ela tem esse ritmo contagiante, empolgante. Mas quando eu ouço ela eu lembro desse momento, de ir pro rolê.

3- A MK mandou MUITO bem na faixa, como se deu essa parceria? Me conta como vocês se conheceram e porque ela foi a escolhida para participar da track.

Cabal:

A MK é braba demais, pra mim ela é a mina mais braba na cena hoje e é só questão de tempo para ela estourar, fazer shows enormes e aparecer na grande mídia. Ela é muito talentosa, inteligente, ousada, rápida e criativa. Quem me apresentou a MK foi o Terra Preta, quando a gente começou a entrar nessa onda do drill. Aliás, a gente vai começar a lançar muito drill agora. Então pra galera que curte, acompanhe os meus lançamentos, do Terra Preta e obviamente da MK. Esse é o foco dela. Apesar de cantar RAP e trap, a MK tem transitado muito mais pelo drill recentemente. A primeira vez que escutei ela já fiquei impressionado, já falei pro Terra: a gente tem que chamar essa mina.

Primeiro porque eu sempre gostei muito de trazer mulheres para trabalhar comigo. Não só artistas, mas produtoras musicais, de eventos, assessoras, musicistas, cantoras. Eu gosto muito da energia feminina que as mulheres trazem, geralmente elas trazem mais sensibilidade. Então eu já queria muito trabalhar com alguma mulher, e eu e o Terra chamamos algumas que acabaram não rolando, já a MK topou na hora. A gente preparou a guia de “No Baile” com o beat e com a nossa parte, mandamos pra ela, ela escreveu, gravou e uma semana depois a gente filmou o clipe. Foi demais!

Terra Preta:

Eu conheci a MK pelo YouTube, através da música “Cinto da Gucci“. Esse som tem uma melodia, um refrão, muito viciante. Acabei mandando mensagem para ela no Instagram elogiando. Ela foi recíproca comigo e acabou me surpreendendo quando disse que eu era uma das referências dela. Inclusive, a MK me mostrou a música que me cita como referência, fiquei muito feliz. Mostrei o som pro pessoal no estúdio, o Cabal tava lá na hora, e a gente ficou empolgado. Demos um salve nela e ela chegou com a gente na faixa. Como a MK manda muito bem no drill – as faixas que eu tinha ouvido dela nesse estilo são muito fortes – acabamos chamando ela pra rimar nessa pegada. Ela trouxe essa característica mais pesada e suja com essa estética bem de quebrada. Acho que ela deu um toque a mais.

4- Pretende seguir incluindo o drill em seus próximos trabalhos?

Cabal:

Com certeza! Eu e o Terra, na verdade. E é muito louco porque quando começamos a nossa parceria, no final de 2021, a gente tava muito decidido a ficar no trap. Só que a gente começou com o “Irmão de Alma”, que é um trampo bem de trap mesmo. Aí eu lancei o “Volta Cabal”, que é muito mais puxado pro boombap. O Terra veio com o “Ouro Negro”, que é muito mais puxado pro pop, R&B, Black Music, essa onda dos anos 2000.

E agora começamos de novo nos laboratórios, então a gente se identificou muito com o drill e cada um de um jeito. Por exemplo, o Terra é cantor, ele já mistura o R&B com o drill. Ele tá trazendo a melodia pro drill, que é uma coisa que eu não vejo ninguém fazendo como ele faz, vai ser foda quando sair.

Já no meu caso, eu estava tendo um pouco mais de dificuldade no trap do que eu tinha no rap. Afinal, eu não sou cantor, eu sou um rapper. E eu gosto mais, sinto que performo melhor e atinjo o máximo do meu potencial, quando eu tô fazendo rimas punchlines, multi silábicas, até pode ter um pouco de melodia no meio dos flows, mas não é cantado, é rimado. E no drill eu consigo fazer isso, o drill é muito uma parada de MC.

No trap você pode dar uma enganada, você pode meter um autotune e dar uma enrolada. O drill é habilidade. Pra mim lembra muito o futebol freestyle, a galera jogando na rua, fazendo embaixadinha, mostrando as habilidades… Os MCs que realmente tem habilidade encontram no drill um campo em que eles podem brincar. Já os que não tem essa habilidade lírica, nem tentam vir no drill porque vai ficar ruim pra eles.

Terra Preta:

Com certeza! Eu venho acompanhando a cena do drill há cerca de 10 anos, desde quando começou a virar uma tendência em Chicago, ali com o Chief Keef, Lil Durk, mas com o passar dos anos, nos últimos três, quatro anos, tem surgido essa nova tendência do drill que se expandiu muito, principalmente na Inglaterra, com essa sonoridade mais dançante, que é uma sonoridade afrodrill. E acho que o drill chegou agora numa maturidade em que os elementos dele estão muito mais fáceis de serem assimilados pela cultura.

Principalmente quando os ingleses entram no drill e começam essa coisa do afrodrill, essa batida mais dançante, mais empolgante, eu acho que tem muito a ver com a textura brasileira do funk, do ritmo e da dança. Eu acredito que eu posso colocar a minha essência R&B e soul no drill, e combina muito comigo. Eu tô muito feliz com essa fase e tenho um trabalho para ser lançado muito em breve, basicamente focado no drill, só que com a minha essência de cantor e rapper, ao mesmo tempo que surfo nessas waves. Este trabalho está previsto para agosto ou setembro e vai ser muito legal mostrar pro mundo o Terra Preta no drill.

5- Quais são as próximas novidades da sua parceria com o Terra Preta?

Cabal:

A gente tá lançando essa música e esse clipe “No Baile” que é um single e faz parte do EP Pop que vai ser lançado dia 01/07. Esse EP tem quatro faixas, todas eu e o Terra Preta, a única participação é da MK.Todas as produções são do Ty Fig e é um EP mais puxado pro trap, mas eu tô muito empolgado, principalmente com a música que dá nome ao EP. A faixa Pop é demais, o clipe dela já foi filmado, está sendo editado e tem um convidado muito especial, uma celebridade mundial. E eu e o Terra vamos continuar lançando nossas coisas, mas ao mesmo tempo estamos focando em nossos trabalhos solo.

O Terra está vindo com esse projeto de drill e eu tô vindo com drill também, mas não só drill, e tô trabalhando com outros produtores também, com uma galera que já tem um nome legal aí na cena. Tô afim de dar passos mais largos agora. Eu e o Terra vamos lançar nosso trampo individualmente, mas vamos continuar sendo uma dupla também.

Acho que isso que é a beleza da nossa parceria, a gente não é só uma dupla de artistas, nós somos realmente irmãos. Tudo o que ele tá fazendo na carreira solo de alguma maneira eu tô envolvido, dando ideias, ou ajudando nas letras, isso é muito legal. Eu ajudo muito ele com as letras e ele me ajuda muito com as melodias, com os flows, por isso que a gente acabou usando o yin-yang no nosso primeiro EP, que é esse lance que a gente se complementa mesmo. Pra mim é uma honra ter o Terra Preta como meu irmão e fazendo parte de todos os meus trabalhos.

5- Quais são as próximas novidades da sua parceria com o Cabal?

Terra Preta:

Nossos próximos lançamentos em parceria incluem alguns singles e estamos trabalhando com diversos produtores. Após o lançamento do EP Pop, a gente tem outros trabalhos que virão não só em single, mas também são trabalhos dentro de nossos solos, eu tenho participações do Cabal dentro do meu EP, enquanto ele vai ter a minha participação em singles dele. A gente tá feliz com essa parceria porque vem rendendo muitas músicas boas e tem feito a gente realmente viver a música de uma forma muito esplêndida. A gente tem colocado toda a nossa energia e nosso foco na música desde que fizemos a nossa parceria e tem rendido bons frutos.

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