KL Jay se apresenta no Festival Bambata Brothers

O reencontro entre KL Jay, o DJ dos Racionais MC’s, e Belém do Pará vai marcar o último dia do festival Bambata Brothers neste domingo, 25 de julho, celebrando a música preta produzida no mundo. O DJ foi a primeira atração da festa Bambata Brothers, lá em 2014, e nesta edição com peso de festival ele é um dos convidados da programação de encerramento, que ainda tem show da rapper paraense Nic Dias, recebendo um dos representantes do grime brasileiro, SD9, e a ancestralidade sonora da banda Afro Axé Dudu. A programação será transmitida neste domingo, a partir de 19h, no canal da Twitch do “Rap, Falando”, coletivo paulista de música preta brasileira. O evento é um projeto contemplado na Lei Aldir Blanc Pará e tem produção executiva da Psica Produções.

A programação é um apanhado de diversos ritmos da música negra que podem ser encontrados no Pará e no Brasil, conta o curador e diretor do festival, Gerson Junior. “Na primeira grande lista da curadoria do festival, a gente tinha samba, soul, funk, reggae, brega. Então, a gente foi pinçando cada elemento e cada artista desses estilos pra fazer um festival bem rico musicalmente falando. Na programação, tu consegues ver banda de afoxé, de hip hop, tem brega… eu acho que a gente conseguiu concatenar vários estilos num festival só”, explica Gerson.

Pela primeira vez, Nic Dias divide o palco com o rapper da zona norte carioca SD9, que mescla e experimenta dentro do grime, estilo de música eletrônica dos anos 2000 que vem sendo revisitado pelo rap. Aqui no Brasil, SD9 é uma referência do gênero e influenciou Nic Dias na construção de seu primeiro EP recém-lançado, “1.9.9.9.”. Os dois artistas dividem letras e vozes em uma música do trabalho de Nic e, pela primeira vez, apresentam a faixa ao vivo sobre a base do DJ Morcegão.

A programação tem seu final com as bênçãos e referências afro-religiosas da banda Afro Axé Dudu, remanescente do bloco de mesmo nome que foi criado em Belém em 1987. Para homenagear os ancestrais e denunciar o racismo estruturante da sociedade, o grupo canta sobre respeito e igualdade. A banda surgiu para dar continuidade à resistência do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará – CEDENPA, primeira organização do povo preto paraense, com 40 anos de atuação pela valorização de pretos e pretas, atuando na resistência em diversas frentes culturais e sociais, como a música. Um show que promete emocionar e dar força.

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