Com entrada gratuita, mostra – que estreia no dia 12 de julho – se dedica em retratar a cultura periférica e do funk, celebrando suas gírias, músicas, vestimentas e cortes de cabelo como verdadeiras e importantes expressões de identidade e referência. (Créditos da imagem: Criação: Dayrel Teixeira | Foto: Jovem Rain)
O Museu das Favelas, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, anuncia a exposição ‘Funkeiros Cults’. A partir de 12 de julho, no Dia Nacional do Funk, data onde aconteceu o primeiro baile funk que se tem conhecimento no Rio de janeiro nos anos 70, a mostra – que ocupa pela primeira vez um dos andares superiores do equipamento cultural – apresenta uma abordagem artística contemporânea, tendo como protagonista a cultura do funk.
Quais caminhos um livro percorre até chegar nas mãos de um favelado? Que impacto ele provoca ao chegar? Como o funk influencia a autoestima da juventude? E o que acontece quando a periferia se apropria do poder de criação, deixando de ser objeto de estudo para ser protagonista com uma câmera na mão? A partir dessas indagações, o coletivo Funkeiros Cults abordará a arte e o cotidiano da periferia de Manaus, capital do Amazonas.
A curadoria é feita por Dayrel Teixeira, do coletivo Funkeiros Cults, que traz uma visão autêntica da arte e cultura emergentes em um cenário marcado por ocupações e conflitos de facções. A exposição tem a co-curadoria de Leandro Mendes, artista visual e coordenador do Núcleo de Educação do Museu das Favelas.
“Estamos felizes em compartilhar a abertura da exposição ‘Funkeiros Cults’, uma mostra que dá protagonismo ao funk, explorando diversas questões que fazem parte do cotidiano da juventude periférica. Nessa exposição, o Funkeiros Cults reúne literatura, funk e obras que recriam pinturas clássicas a partir da estética do funk. Essa ocupação será uma oportunidade para o público ter um outro olhar sobre a cultura do funk, partindo da união entre arte e periferia de forma autêntica”, celebra Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas.
A mostra é organizada em quatro eixos: “Território”, que explora a vida cotidiana e as conquistas dos jovens do bairro Compensa, na periferia de Manaus; “Arte”, com recriações de pinturas clássicas utilizando a estética do funk, imaginando ícones da arte como jovens periféricos; “Identidade”, com imagens que apresentam o funk como um estilo de vida, e “Literatura”, que faz uma síntese de passagens literárias icônicas em forma de imagens de estética jovem periférica.
O público poderá conferir as obras inéditas, em grandes formatos, além de vídeos produzidos pelo coletivo, especialmente para essa exposição. Além disso, haverá um cenário instagramável para o público se conectar com o universo autêntico dos Funkeiros Cults.
No domingo, dia 7 de julho, é celebrado o Dia Estadual do Funk. O Museu das Favelas estará na Expo Favela, com atividades integradas a essa comemoração. Haverá uma prévia especial com um pocket da exposição na Expo Favela, a maior feira do 4º setor do mundo, que acontecerá nos dias 5, 6 e 7 de julho no World Trade Center São Paulo. Toda programação será dedicada à data, instituída em 2016 pela deputada estadual Leci Brandão em homenagem ao MC Daleste, cantor assassinado em 2013.
Às 14 horas acontecerá o Papo Reto “Funk: Música e Identidade”, que terá a participação de Bruno Ramos, articulador nacional do Movimento Funk; Rubia Mara, primeira Coordenadora de Política Pública do Funk; e Thiagson, doutorando na temática do Funk. No encontro, os convidados vão compartilhar reflexões e experiências sobre o estilo musical que ultrapassou os limites da música e se consolidou como uma cultura, envolvendo moda, linguagem e estilo de vida.
Já às 15h30 haverá o lançamento do livro “Tudo o que você sempre quis saber sobre Funk… mas tinha medo de perguntar”, do escritor e musicólogo Thiagson (Thiago de Souza), com mediação de Fabin Santin, artista e educador do Museu das Favelas. Os exemplares estarão disponíveis para venda e autógrafos. Vale destacar que a Expo Favela, organizada pela Central Única das Favelas (CUFA), é uma feira de negócios que busca dar visibilidade e promover os empreendimentos e startups das favelas, promovendo encontros com investidores e visando a aceleração dessas iniciativas.
Da Amazônia Urbana, especificamente da periferia de Compensa, um bairro próximo ao Rio Negro, o coletivo Funkeiros Cults traz uma visão autêntica e visceral da arte e cultura emergentes de um cenário marcado por ocupações e conflitos de facções.
A exposição, com entrada gratuita, assim como todas as outras atividades do Museu das Favelas, reflete como a cultura periférica e do funk, com suas gírias, músicas, vestimentas e cortes de cabelo reafirmam importantes expressões de identidade e referência.
A página Funkeiros Cults ganhou projeção nacional por suas postagens nas redes sociais: imagens de jovens lendo livros clássicos acompanhadas de frases humorísticas que conectam o conteúdo dessas obras ao cotidiano das periferias dão o tom do projeto que se materializa no Museu das Favelas. Em uma das imagens, um jovem segura o livro “O Mito de Sísifo”, de Albert Camus, com a frase: “Todo Sísifo é um servente de pedreiro da quebrada, slc”. Outra imagem mostra “Totem e Tabu”, de Sigmund Freud, com a frase: “Oxe, então quer dizer que eu só escolho as bandidas que é parecida com a minha coroa”. Em um terceiro post, a lição de “O Príncipe”, de Maquiavel, é reinterpretada como: “Para bem conhecer o caráter da quebrada, é preciso ser cria, e para bem conhecer o do cria, é preciso entender a quebrada”.
“A exposição Funkeiros Cults surge da necessidade de registrar as periferias e seu cotidiano, mostrando como a arte influencia a margem da margem e serve de bússola para nossa juventude. É uma forma de desvendar a cultura que existe em nossa periferia, especialmente nas de Manaus, onde o projeto começou”, explica Dayrel Teixeira. “Ter uma exposição no Museu das Favelas dá uma sensação de pertencimento, de que a história que estamos construindo ao longo da nossa vida tem um sentido”, complementa.
A provocação é muito direta: imaginar um Michelangelo, por exemplo, como um jovem da periferia é abrir um mundo de possibilidades. Será que ele teria o mesmo sucesso se tivesse assinado a obra “A Criação de Adão”? Quantos artistas nascem nas periferias e não têm a chance de brilhar?
“O IDG acredita no potencial transformador que surge a partir do diálogo, da troca e das narrativas de quem vive e cria nas favelas do Brasil. O coletivo Funkeiros Cults traz para São Paulo o dia a dia da periferia de Manaus, com uma exposição autêntica, que rompe a bolha do imaginário coletivo sobre as favelas e convida o público a conhecer uma realidade que vai além dos estereótipos retratados”, afirma Ricardo Piquet, diretor-geral do IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão.
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