Inspirado na história do pássaro Assum Preto, da música de Luiz Gonzaga, o espetáculo reflete sobre os anseios da população periférica, por vezes impedida de voar, com suas asas cortadas pelas dificuldades. (Créditos da imagem: Clarissa Lambert)
O Grupo Flying Low (@grupo_flyinglow) está realizando uma temporada gratuita do espetáculo “Menino Assum Preto”, além de ciclos de conversa após as apresentações e oficinas de breaking.
Nos dias 05 e 06 de abril de 2024 (sexta-feira e sábado), às 19h30, o grupo apresenta “Menino Assum Preto” no Teatro Clara Nunes, que fica no Centro Cultural Diadema. No mesmo local, no dia 01 de abril (segunda-feira), de 9h às 11h30, acontece a aula “Voando com Flying Low” para os bailarinos da Companhia de Danças de Diadema, compartilhando métodos utilizados em suas criações.
Em 19 de abril (sexta-feira), às 19h, o grupo se apresenta no Cine Theatro de Variedades Carlos Gomes, em Santo André (SP). No mesmo dia, de 10h às 13h, acontece a aula aberta “Voando com Flying Low”.
O espetáculo “Menino Assum Preto” é inspirado na história do pássaro nordestino Assum Preto, tema de música de Humberto Teixeira e cantada por Luiz Gonzaga, que perde suas possibilidades de voar por o cegarem e acaba aprisionado para a comercialização.
Através do corpo, a montagem propõe uma metáfora entre o desespero de ser engaiolado, no contexto contrabandista em que o pássaro “Assum Preto” está inserido, e o ritmo repetitivo presente no cotidiano urbano e comercial de trabalhadores periféricos das grandes cidades.
“Menino Assum Preto” reflete sobre o estilo de vida massante da população periférica no sistema capitalista, a partir da imagem poética do pássaro que é impedido de usar as asas e vive engaiolado. Traçando um paralelo entre a agonia do pássaro como produto e a agonia do cotidiano da classe trabalhadora, que também tem suas “asas” cortadas pelas dores, dificuldades e traumas da vida, o espetáculo lança um olhar sensível sobre a busca desesperada por sobreviver dentro destes contextos.
“É uma busca constante por chegar em algum lugar em que possa haver a existência e não apenas a sobrevivência. Assim como o pássaro, que vive entre a tortura e o tormento, o processo criativo se estabelece dialogando diretamente com os traumas internalizados pelos intérpretes, lançando um olhar sobre o trabalhador periférico”, comenta o grupo.
As ações são do projeto “CIRCULA ASSUM” contemplado no edital PROAC nº4/2023, da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
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