Com feats de MT RARO, Kyoto.mp3 e MC IGU, o novo projeto foca no funk e drill
(Créditos da imagem: Divulgação)
Sem pedir licença para ser quem é, o rapper paulistano Danzo, uma das vozes mais autênticas da cena, lança em 29 de novembro o EP OTAFITA. O projeto é distribuído pela Labbel Records, selo de trap da produtora Boogie Naipe, também por trás de nomes como Racionais MC’s e Mano Brown. No novo lançamento, as ruas não são apenas o cenário das músicas, mas a própria essência do rap. O trabalho mistura o funk, o drill e o rap mais raiz, e apresenta um Danzo maduro e disposto a fazer a quebrada ouvir o que ele tem a dizer, sem filtros e sem concessões. OTAFITA já está disponível em todas as plataformas de áudio.
Danzo optou por divulgar este novo trabalho um pouco mais de seis meses depois de lançar o álbum A Peça Final, pois, para ele, a motivação não está na visão industrial e quantitativa e, sim, musical. “Se eu me limitar a lançar apenas o que pode ser hit, vou me perder”, afirma.
“Passei por essa ‘fase’ de love song, mas, no final das contas, eu sou quem sou. E eu faço rap. Tenho fases como qualquer outro ser humano e componho com base nas minhas experiências. Eu me baseio na minha própria realidade e a quebrada é, sem dúvida, minha maior inspiração”, explica Danzo. Depois das mixtapes O Cenário Certo para o Teatro Perfeito (2023) e A Peça Final (2024), que se complementam artisticamente, ele chega com uma obra diferente em termos de sonoridade, letra e conceito. O título OTAFITA carrega em si um duplo sentido. “É porque estou lançando outra fita no mesmo ano e porque é um projeto diferente, nada a ver com o último”, finaliza. O processo criativo foi intuitivo, quase espontâneo, e o EP reflete essa autenticidade.
Produzido por Greezy, Agostinhx e sONTH, AmandesNoBeat e byMD, o EP OTAFITA mistura diferentes influências e estados de espírito, refletindo a personalidade do artista. A primeira faixa, “DPP”, foi lançada como single no início do mês, com videoclipe gravado no Jardim Nakamura, a quebrada de Danzo (assista aqui). Ela expõe letras cruas em um beat de funk e drill. Em “PLACO”, o rapper também apresenta rimas escritas de forma espontânea, sem filtros. Danzo brinca com as referências de maneira irreverente.
“CLQN”, o feat com MT RARO e Kyoto.mp3, tem um clima mais introspectivo, mas ainda assim mantém a marca do drill e do funk. Danzo se junta ao parceiro IGU na canção “A&C” para explorar a ideia de causa e efeito no universo fonográfico. Em “PC”, ele critica o uso de fórmulas genéricas no rap e aborda a falta de autenticidade no cenário atual.
A capa do EP representa uma crítica à indústria musical. “O desenho retrata a própria cena. Ela pode se tornar um circo se você não souber se controlar”, explica. Ao falar sobre a expectativa do público em relação à mixtape, Danzo é direto: “Espero que a galera sinta a real. Não é só uma fita pra se distrair. Tem conteúdo, tem rap, tem vivência, tem aprendizado”. Danzo não só reforça sua posição na cena, mas também reafirma seu compromisso com a autenticidade, com a arte feita sem concessões e, acima de tudo, com a vida real.
RAP NA RUA OFICIAL
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