O espetáculo de passinho e funk percorre diversas facetas das danças populares contemporâneas, seguindo as batidas de uma banda ao vivo em cena, e questiona o racismo ao promover uma grande celebração da cultura periférica brasileira. (Créditos da imagem: Sérgio Fernandes)

Nos dias 14 e 15 de setembro de 2024, sábado às 20h e domingo às 18h, a Clarin Cia de Dança ( @clarinciadedanca ) apresenta o premiado espetáculo de dança Fênix – onde nascem os sonhos no Sesc 24 de Maio, com ingressos a partir de R$21,00 que podem ser adquiridos presencialmente nas bilheterias ou no site do Sesc SP. 

O espetáculo faz parte do novo projeto da Clarin chamado Passin, composto por espetáculos específicos de Passinho e com o qual a companhia aprofunda sua pesquisa sobre a cultura do funk. 

Como construir um espetáculo sobre a experiência de ser uma pessoa negra no Brasil pela via da alegria? Com Fênix – onde nascem os sonhos, a Clarin Cia. de Dança faz essa escolha, não sem uma crítica direta ao racismo.

Embalado pelo funk, Fênix  é uma grande celebração da cultura periférica brasileira, reunindo no palco bailarinos do Rio de Janeiro e São Paulo. A montagem retrata a alegria como um combustível de esperança nas periferias buscando quebrar o paradigma de que histórias periféricas estão sempre atreladas à tristeza,  morte ou tragédia.

Os bailarinos vêm de vivências com distintos estilos de dança em comunidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, da capoeira ao balé, passando pelo funk, breaking e outras danças populares brasileiras. Essa base alimenta a concepção e a coreografia de Fênix, espetáculo que explora diversas facetas das danças populares contemporâneas, ao som de uma banda ao vivo em cena.

Vencedor do Prêmio APCA 2023 na categoria Melhor Trilha Sonora, o trabalho é guiado por uma abordagem histórica da aceleração da velocidade rítmica (bpm) na construção do funk. A Banda Clarin conta, inclusive, com a presença do DJ Seduty, um dos mais antigos e emblemáticos DJ’s do funk, que possui uma criação artística voltada especificamente ao passinho.

Com a direção de Alisson Amador e Lucas Brogiolo, a trilha sonora incorpora tambores ancestrais, reafirmando a riqueza da musicalidade, da performance corporal e da cultura negra brasileira originada na periferia.

Com a postura de quem combate a miséria e a violência buscando força de vida na invenção festiva, a denúncia da necropolítica se transforma em  uma afirmação da vida, com a valorização do que mobiliza os corpos em coletivo, a pluralidade de ritmos e, consequentemente, os diferentes modos de se mover.

A Clarin Cia. de Dança, criada e dirigida por Kelson Barros, surge  da junção de artistas de origens e experiências diferenciadas, como capoeira, breaking, balé, passinho, funk e outras danças brasileiras. Todas essas influências se reúnem em torno da ideia da experimentação em dança e  cultura popular. 

Com a cultura popular brasileira como uma rica fonte de pesquisa estética e temática para suas criações, a companhia busca abordar questões relevantes da contemporaneidade embasadas na essência do popular, acreditando que a arte de um povo pode ser instrumento de transformação social.
Além de transitar por palcos emblemáticos da dança, a companhia recebeu indicações, críticas e importantes prêmios, como o Prêmio APCA de Melhor trilha sonora (2023) com o espetáculo Fênix, de Melhor espetáculo de dança (2021) com o espetáculo OU 9 OU 80, e, com o espetáculo DA COR DE COBRE, foi indicada ao Prêmio Governador do Estado de São Paulo 2023 e Melhor Figurino APCA 2022.

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