Em sua 24ª edição, um dos mais importantes eventos culturais da Zona Sul contará com mais de 12 horas de celebração à diversidade no Hip Hop e show de encerramento de Mano Brown. (Crétidos ta imagem: Divulgação)
No dia 14 de setembro (sábado), ocorre a festa 100% Favela + Mulher, evento anual que acontece na Favela Godoy, no bairro do Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo. Realizado pela Cúpula Negredo e pelo Instituto Periferia Ativa, o evento tem início às 15 horas e parte de uma iniciativa local comunitária para celebrar os artistas e moradores da região. Em sua 24ª edição, este ano a festa coloca seu holofote sobre as mulheres do rap, trazendo em seu line up importantes nomes do cenário, incluindo também atrações indígenas e LGBTQIA+.
“O evento esse ano é dedicado às mulheres. Buscamos trazer mais visibilidade para elas e abrir o espaço que às vezes falta no rap, que não é de igual pra igual democraticamente falando. Até para incentivar outros festivais e romper com o machismo. Demoramos até pra fazer isso. É necessário esse espaço”, conta Ylsão do Negredo, um dos idealizadores da festa.
Serão mais de 30 atrações, entre elas Mano Brown (que todos os anos encerra a celebração), os anfitriões do grupo Negredo, Cris SNJ, Shirley Casa Verde, Dow Raiz, Amanda NegraSim, Maurício DTS, Big da Godoy, Salvador da Rima, Ayra Kopen, Mano Fler, Ana Preta, o coletivo Gansta e Poesia entre outros grandes nomes. O evento trará ainda os grupos de dança Lords of Krump e Stylo Urbano; nos toca discos DJ Yasmin e DJ Simmone Lasdenas, e como mestres de cerimônia Mikaela Saymon e Mano TI. É a primeira vez que a festa conta com uma apresentadora mulher. “É uma honra apresentar esse grande evento, que há 24 anos acontece na Zona Sul. 100% Favela é uma grande oportunidade às mulheres do rap, o evento dá essa importância pra nós, reconhecimento de igualdade e respeito” comenta Mikaela.
O evento propõe também a ressignificação da palavra “marginalidade” que promove um estigma negativo à população preta e periférica. Há muito tempo a palavra associa o que está à margem, o que é periférico com algo ruim, e a ideia é romper com esse conceito, delegando ao termo apenas a sua conotação geográfica. “Tendo como base o papel do rap e da cultura periférica como forma de reduzir a entrada de jovens e adolescentes na criminalidade, a celebração é fundamental para que a população local comprove que os artistas que se apresentam no palco são verdadeiros exemplos de moradores da comunidade que venceram as dificuldades impostas por suas realidades para não seguir o caminho mais provável em suas vidas”, diz Ylsão.
No dia, estarão disponíveis produtos da Loja Negredo, e as vendas terão os valores revertidos para o Instituto Periferia Ativa. A ideia é que todos possam colaborar com o projeto, adquirindo um produto da 100% Favela. Evento aberto ao público.
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