Rico Dalasam é irreverente, desafia os padrões sociais, possui identidade própria, adotou o estilo afro, além de ser o primeiro rapper negro brasileiro assumidamente gay. Todas essas características resultaram em um homem com garra, de voz grave, com uma enorme presença de palco, e muita coragem. Foi exatamente assim que o presenciamos no palco do Auditório do Ibirapuera, no último domingo, 29, ao lançar seu primeiro álbum intitulado ORGUNGA.
Acompanhado por sua banda, composta por Dj Palazi, Marcinho, na percurssão, Dinho, nos teclados, e Moisés Guimarães, baixista e guitarrista que também atua como backing vocal, suas músicas tratam de autoafirmação, diversidade e amor. Produzidas pela Freak House, a sonoridade vai além do rap, transitando por influências de ritmos árabes e provenientes do Nordeste brasileiro. Além do repertório programado, Rico Dalasam também cantou seu trecho em “Mandume”, música que participou a convite de Emicida. O rapper chegou para quebrar paradigmas existentes na Cultura Hip Hop: a blusa feita por ele mesmo, virou uma estilosa saia na segunda parte do show.
Rico Dalasam se emocionou ao contar que há 1 ano e quatro meses havia feito alguns raps e achou que nunca poderia dividi-los com as pessoas, porque a sociedade trabalha para nos sentirmos invisíveis e fracos. Longe de seus sonhos, achou que ia morrer, mas antes de se entregar completamente, resolveu gravar suas músicas. Começou a viajar e perceber que outras pessoas se identificavam com seu trabalho, Dalasam ganhou força e passou viver as músicas que havia escrito, além de compor muitas outras. ORGUNGA, termo que usou para batizar seu álbum, significa essa transição, o orgulho que vem depois da vergonha, explica o rapper.
Ovacionado pelos fãs no intervalo de cada som, Rico Dalasam agradeceu inúmeras vezes a presença de todos por estarem ali mesmo sem conhecer grande parte de suas músicas, pois estas ainda não foram lançadas.
Em primeira mão, o rapper afirmou que o disco estará nas ruas esta semana para download free ou compra através de aplicativos e lojas físicas. DALASAM é definido por ele como: “Disponho Armas Libertárias A Sonhos Antes Mutilados”, sendo originalmente o nome de um vilarejo no Irã.
“Dalasam é um vilarejo no Irã
Onde nasceram os rebeldes sem palco e sem fã
Minha cara é bem mais que 1 milhão
É ver a casa das pessoas aceitando elas como um Dalasam” trecho da música Dalasam, de Rico Dalasam.
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