Evento gera grande mobilização na Zona Leste com DJ’s, MC’s, dançarinos(as) e grafiteiros sob comando do grupo Monarckas – Ronne Cuz, Dablyo e léo.malik. Oficinas de breaking, grafite, MC e DJ são abertas à comunidade. (Créditos da imagem: Divulgação)
O grupo Monarckas – atuante em Sapopemba, Zona Leste paulistana, há 20 anos – realiza A Quebrada É Boa, no dia 14 de junho, sexta-feira, com atividades que contemplam os quatro elementos do Hip-Hop – MC’s, DJ’s, Breaking e Grafite. A terceira edição do ano acontece na Quadra Moleque Travesso (Rua Raia, 94 – Jd. Planalto), a partir das 19h. O acesso é gratuito: um convite aberto à toda a comunidade.
Além da apresentação dos integrantes do Monarckas, Ronne Cruz, léo.malik e DJ Dablyo, os artistas convidados são: Doctor MC’s, pioneiros do hip-hop brasileiro com mais de 30 anos de estrada; Back Spin Crew, um dos grupos precursores do breaking no Brasil; e o renomado artista plástico e grafiteiro Mandi Rodrigo. O público também vai desfrutar de vivências e oficinas ministradas pelos integrantes do Monarckas, por Mandi Rodrigo e por componentes do Back Spin Crew. Todos os envolvidos na programação são artistas atuantes na Zona Leste.
Movimento que alia arte e resistência,A Quebrada É Boa reúne a comunidade para celebrar a arte periférica, onde cada um contribui com a ferramenta que tem, para mostrar que coisas boas estão também na quebrada. “Queremos desmistificar a nossa região como um lugar lembrado só pela violência. As pessoas que vivem em Sapopemba, ou em qualquer outra periferia, merecem respeito, e arte e cultura, porque existe efervescência cultural e muita gente que faz do Sapopemba um lugar que vibra na arte”, declara o DJ Dablyo. O lemado Monarckas está na letra da música do grupo “Pense em Si”: “Não fique parado esperando acontecer, seja a mudança que deseja ver”. O Ronne Cruz declara: “A Quebrada é Boa traduz a mudança que desejamos ver na nossa quebrada”.
A Quebrada é Boa teve início, em 2013, quando os integrantes, todos de Sapopemba, notaram a urgência de ir além do fazer artístico, de realizar shows. “Era preciso introduzir na comunidade ações afirmativas cotidianas para ocupar a lacuna deixada pela falta de acesso aos bens culturais permanentes em nosso território. Para isso, lançamos mão da ferramenta que transformou nossas vidas: o movimento hip-hop”, comenta Ronne Cruz.
Periodicamente, o Monarckas passou a realizar shows itinerantes com vivências e oficinas de MC, DJ, grafite e breaking, além de deixar o microfone aberto para quem desejasse recitar poemas ou mostrar músicas em pontos de difícil acesso das ruas, becos e vielas do região. “O melhor resultado deste período de iniciativa foi atribuir o verbo esperançar na comunidade e ver o ‘riso da criança mais triste e carente’, como diz a letra do Racionais MC’s”, comentam.
O objetivo do projeto é ser um elemento transformador; propiciar o desenvolvimento pessoal e comunitário, construindo pontes entre o conhecimento e o bem viver de crianças, jovens, adultos(as) e idosos(as) do Sapopemba, além de estimular a prática da cidadania e uma nova abordagem das narrativas, tirando-as do círculo vicioso da sociedade que transborda desigualdades sociais nas periferias.
“Nos meus primeiros passos no hip-hop, no início dos anos 90, aprendi através da oralidade e de vivências o poder transformador dessa cultura. Cada elemento do hip-hop respeita a individualidade. No meu caso, sempre apreciei a luta nos bastidores, e neste universo escolhi ser DJ, mal sabia eu do poder dessa função na vida das pessoas. Amo o que faço e o nosso projeto A Quebrada É Boa me dá a oportunidade de aprender e ensinar ao mesmo tempo”, declara DJ Dablyo. E o MC léo.malik completa: “Com A Quebrada é Boa eu consigo notar uma gama de saberes na territorialidade ‘minha quebrada’, que explora o melhor do seu viés artístico-cultural, onde os residentes tem muito a oferecer”.
Os próximos encontros estão previstos para os dias 23/6 (na Quadra da 70, às 15h) e 14/07 (na Praça do Botafogo, às 18h). A realização de A Quebrada é Boa pelo grupo Monarckas, em 2024, foi viabilizada pela 20ª Edição / 2023 do Programa VAI – Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
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