Coprodução Distrito Federal/Bahia apresenta uma radiografia da música de favela brasileira através de personagens fundamentais para o funk, trap, samba, grime/drill, tecnobrega, bregafunk, R&B e o pagode baiano – os membros do coletivo TrapFunk&Alívio e o Nordeste de Amaralina são retratados no primeiro episódio. (Créditos da imagem: divulgação)
A diretora Viviane Ferreira (Ó Paí, ó 2) e sua equipe seguem gravando em Salvador, até domingo (24), um dos episódios da primeira temporada da série documental Favela.doc, uma radiografia audiovisual da música de favela do Brasil. Na capital baiana, a produção mergulha na favela do Nordeste de Amaralina, onde acompanha de perto o processo criativo, as vivências íntimas e a inventividade do grupo TrapFunk&Alívio.
Formado por Felipe Pomar (Banha), Alex Ribeiro(DJ Allex), Felipe Cardeal (Manno Lipe), Luitan Assis (MC Sagat) e Philipe Estevão (B-Boy Sabotage), o grupo traduz a essência da música produzida em comunidades periféricas, impulsionada por sistemas de som e tecnologia, apresentando repertório que mescla o trap e o funk ao pagodão baiano, resultando em misturas de potência global.
A série em oito episódios tem como pano de fundo a criatividade e efervescência do funk, trap, samba, grime/drill, tecnobrega, bregafunk, R&B e pagode baiano, e propõe uma radiografia da música periférica brasileira. Na linha de frente dos episódios estão personagens fundamentais dos estilos retratados: figuras cujas histórias destacam o protagonismo das favelas na construção da identidade nacional e na inovação da música brasileira.
Coprodução entre a agência Um Nome, realizadora do festival Favela Sounds, e a Odun Filmes, responsável por obras como Um dia com Jerusa e Mato Adentro, a série conta com oito episódios gravados em 4K entre Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, São Paulo e Distrito Federal em sua primeira temporada.
A escolha dos estados não foi aleatória, mas sim estratégica para capturar a diversidade cultural e as nuances específicas de cada região. Do Planalto Central à Amazônia paraense, das favelas cariocas e paulistas às periferias baianas e pernambucanas, a série tem como pano de fundo a criatividade e efervescência do funk, trap, samba, grime/drill, tecnobrega, bregafunk, R&B e pagode baiano, e propõe uma radiografia da música periférica brasileira. Na linha de frente dos episódios estão personagens fundamentais dos estilos retratados: figuras cujas histórias destacam o protagonismo das favelas na construção da identidade nacional e na inovação da música brasileira.
Viviane Ferreira, cineasta baiana cujo último lançamento nos cinemas foi Ó Paí Ó 2, em novembro de 2023, assina a direção e roteiro da obra; Melina Bomfim, responsável pelo LAB Narrativas Negras, é responsável pela co-direção e assistência de direção; e os argumentos e produção executiva são dos criadores do festival Favela Sounds, Amanda Bittar e Guilherme Tavares. Fundado em 2016 e considerado um dos mais relevantes para a música do Brasil atualmente, FS é um evento gratuito que acontece na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e reúne cerca de 50 mil pessoas anualmente para acompanhar a nova música periférica do Brasil.
Além de se aproximar do campo íntimo destes personagens, entrevistando suas referências e parceiros, e registrar seus cenários afetivos, de criação e de trabalho, Favela.doc reflete também sobre a potência econômica dos estilos musicais periféricos, retratando como esta música injeta renda e gera emprego nos territórios por ela mais impactados. A série é realizada com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, e tem equipe complementada pela direção de produção de Carol Lacombe, direção de fotografia de Flávio Rebouças, som de Marise Urbano, direção de arte de Amanda Lima, segunda câmera de Paula Ortiz e logging de Ada Regina e Aleph Pereira.
DEMAIS EPISÓDIOS E PERSONAGENS
O Favela Sounds foi palco para dois episódios do DF em 2023, tendo o samba representado pelos Filhos de Dona Maria e o R&B pelo duo Margaridas. Entre março e abril de 2024, as gravações se iniciam no Nordeste de Amaralina, favela de Salvador, apresentando o coletivo TrapFunk&Alívio, grupo que mescla som do baile funk à tradição do pagodão baiano. De Amaralina para a Zona Oeste do Rio de Janeiro, a produção acompanha a história de uma das precursoras do funk carioca, Deize Tigrona, na Cidade de Deus, onde também nasceu o estilo que ganhou o mundo. Ainda no Rio, Favela.doc roda um episódio entre Cidade Alta, Taquara e Manguinhos, de onde vem a Nina do Porte, ou simplesmente N.I.N.A., um dos maiores expoentes nacionais do grime e do drill.
Em São Paulo, a Baixada Santista é o pano de fundo para narrar o percurso trilhado até aqui pelo DJ Mu540 (Muzão), produtor da Praia Grande que se tornou um dos nomes mais conhecidos atualmente quando o assunto é trap e funk paulistas. Em Belém, as gravações mergulham nos bastidores do baile de tecnobrega a partir da história do Maderito, um dos vocalistas da Gang do Eletro e unanimidade nas festas de Aparelhagem. Finalmente em Salgadinho, periferia de Olinda, o bregafunk é apresentado por uma de suas mais ativas cantoras, Rayssa Dias.
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