Ícone do funk, a cantora e compositora carioca Deize Tigrona lança seu mais novo álbum de estúdio, Não Tem Rolê Tranquilo. (Créditos da imagem: Marie Fages)
O disco apresenta sete faixas no total, cinco delas totalmente inéditas – uma vez que “Vilão” e “Prazer Sou Eu” já haviam sido lançadas como single poucos meses atrás. A produção musical de Não Tem Rolê Tranquilo é coletiva, feita pela própria Deize em parceria com cada uma das participações especiais: Iasmin Turbininha, Larinhx, BADSISTA, Boogarins e KD Soundsystem (Holanda). O álbum é uma resposta de Deize aos rolês da vida, sejam eles bons ou ruins, públicos ou secretos.
Depois de uma elogiada e esgotada tour europeia em 2023, Deize voltou ao Brasil no ano passado, bastante mexida com o tanto de referências novas e conexões feitas por lá. “É uma insistência minha de querer o funk na Europa, a minha gana é conquistar o mundo”, completa Deize. “Não hesito em ficar parada e isso me leva para outros territórios. Eu já tinha outros feats. com uma galera de fora, conexões que me ajudaram a dar a cara à tapa. De algum jeito eu quis trazer essas vivências também pro Não Tem Rolê Tranquilo”, explica a cantora.
E ela não exagera aqui. Munida das ótimas colaborações presentes na ficha técnica do álbum, Deize oferece aos ouvintes um trabalho pop e dançante. As faixas seduzem tanto pelas letras, quanto pelos arranjos, trazendo à tona um funk displicente, à moda da nossa Tigrona e atualizado pelas habilidosas criações de Turbininha, Larinhx, BADSISTA, Boogarins e KD Soundsystem.
“Escolhi esse pessoal a dedo. É um disco apaixonante, porque eu escrevo com amor e paixão. Eu estudo antes de escrever e compor, gosto de criar essas melodias”, Deize comenta sobre o processo criativo por trás do novo álbum. “Mais uma vez sou eu me desafiando e agora chamando essa galera que também tá sempre se reinventando, para fazer um som comigo. O funk favela de Turbininha, a sensibilidade de Larinhx, o pancadão de BADSISTA, um som mais viajadão com os caras do Boogarins e o funk rave que fiz junto com o KD Soundsystem. Olha o tanto de coisa que tem nesse disco. Tô feliz, o meu lance é sair da minha zona de conforto mesmo”, celebra Deize.
O álbum anterior de Deize, Foi Eu Que Fiz, de 2022, colecionou ótimas críticas entre o público e a imprensa especializada. O trabalho rendeu para Deize uma atualização de lugar dentro da cena pop brasileira, ao que ela credita o fato de se tratar de um projeto mais íntimo.
“Eu sou bem tímida e Foi Eu Que Fiz de algum modo saiu mais sensível por causa disso, a galera se ligou nessa sensibilidade, acho que é um álbum que toca. E apesar de Não Tem Rolê Tranquilo sair mais abusado, chamando pro front, ele também é um disco que fala do que teve de bom, mesmo quando tudo parecia ruim. Ainda vão rolar várias do Foi Eu Que Fiz nos shows, isso é fato, ele tá fresco ainda. O Não Tem Rolê Tranquilo vem na sequência como complemento dessa minha setlist de palcos. Estou com vontade de ter mais espaço nos festivais e esse lançamento surge agora pra gente conseguir isso”, reflete a artista.
Para concluir, Deize discorre sobre Não Tem Rolê Tranquilo como um todo: “É uma estética da vida. Falo sobre tudo que me aconteceu e como eu encarei. Porque se você não assumir teu b.o., não tem quem feche com você. A vida não é um morango, mas também não quero aceitar essas coisas sempre como um final, fazer do ruim o normal. Eu quero é estar na pista. Não foi nada fácil ter esses acessos que eu enxergo hoje, foi fruto de insistências distintas. Mas tá rolando e é isso que eu quero: seguir construindo. É corre pra caramba, não tem rolê tranquilo”, ela pondera.
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