Planet Hemp faz show histórico na Fundição Progresso

De volta ao bairro da Lapa, onde foi fundado, grupo apresentou três faixas inéditas, incluindo “Distopia” com participação de Criolo

Foto por Cristiano Juruna

Na última sexta-feira, 10, fui ao show do Planet Hemp na Fundição Progresso, um show emblemático que marcou a retomada do grupo em seu local de origem, o bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Marcelo D2 (voz), BNegão (voz), Nobru Pederneiras (guitarra), Formigão (baixo) e Pedro Garcia (bateria) fazem parte da formação atual da banda que abriu a noite com três música inéditas: “Distopia”, com participação do Criolo, “Taca Fogo” e “Puxa Fumo”. As tracks compõe o novo álbum do grupo, previsto para ser lançado em 2022, e traz ainda Black Alien, integrante da formação original do Planet, que deixou a banda em 2001.

Inclusive, já fui a outros shows do grupo – o último que me lembro foi no Lollapalooza de 2016 – mas nenhum me levou de volta no tempo como este. Para mim, o show na Fundição Progresso foi ainda mais simbólico porque o Planet Hemp foi a minha porta de entrada para o universo do RAP, lá em 2002. Naquela época eu tinha 12 anos e havia mudado de escola, uma colega de classe – que se tornaria a minha melhor amiga nos próximos 10 anos – me apresentou um som que dizia: “Eu tenho P-L-A-N-E-T H-E-M eu tenho P, eu pego rock, rap, hardcore, eu pego ragga, misturo a porra toda e continuo a minha saga.” Aquele som me contagiou de uma forma inexplicável, apresentei a música para o meu irmão e logo ele já estava com o álbum “MTV ao Vivo Planet Hemp” em mãos. Pronto, aquele disco não saía mais do nosso aparelho de som. Era 24h de Planet Hemp tocando em casa. Depois disso, a minha amiga me apresentou “Dr. Destino”, do Da Guedes, “Por Onde For”, do SP Funk, Facção Central, Realidade Cruel, Espaço RAP, e isso já é história para outro texto.

Voltando ao show, bom, quem estava lá e já tinha escutado o disco “MTV ao Vivo Planet Hemp”, com certeza se sentiu dentro da apresentação de 2001, com direito a falas de protesto contra Bolsonaro (há 20 anos as falas eram contra FHC, nem imaginávamos onde chegaríamos) e a parte mais emocionante: a faixa “Mantenha o Respeito”, que assim como no histórico álbum, B Negão e Marcelo D2 apresentaram a banda toda – enquanto o Formigão tocava o baixo – antes de começarem a cantar “D2 e preste atenção portas se abrem e aumentam o poder da visão, isso é o meu compromisso e se eu fumo ninguém tem nada com isso, não, não preciso da sua postura, a minha segurança eu faço na cintura.” E assim encerraram o show com chave de ouro.

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