COM O TEMA “ENTRE RAÍZES E HORIZONTES”, FESTIVAL CELEBRA DIREITOS HUMANOS COM FILMES, APRESENTAÇÃO MUSICAL, EXPOSIÇÃO, ENCONTROS E DEBATES
(Céditos da imagem: Divulgação)
* gratuito, evento acontece de 10 a 15 de dezembro
* Davi Kopenawa e Lima Duarte são os homenageados desta edição
* na programação, filmes inéditos comercialmente, performance musical, debates e encontros, além de uma exposição sobre a ditadura chilena
* debate reúne filhos de Rubens e Eunice Paiva e de Vladimir e Clarice Herzog
* festival tem como locais Centro Cultural São Paulo, Centro MariAntonia da USP, Cine Nave, Cine Olido, Cinemateca Brasileira, Espaço Augusta de Cinema, Ocupação 9 de Julho e Sesc Vila Mariana
* uma realização do Instituto Vladimir Herzog e da Criatura Audiovisual, a iniciativa tem patrocínio da CAIXA
Um encontro com o xamã e liderança Yanomami Davi Kopenawa, exibição de longas-metragens brasileiros ainda inéditos comercialmente, uma homenagem ao ator Lima Duarte, a exposição “Memórias encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”, que inclui debate com filhos de Rubens e Euníce Paiva e de Vladimir e Clarice Herzog, e uma maratona musical em uma ocupação no centro paulistano com o DJ KL Jay e os blocos Filhos de Gil e Ritaleena.
Estes são alguns destaques da programação do 4º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos, que acontece de 10 a 15 de dezembro na cidade de São Paulo e na plataforma de streaming Sesc Digital, acessível em todo o país.
Com todas as atividades gratuitas, este ano o festival ocupa os seguintes espaços culturais paulistanos: Centro Cultural São Paulo, Centro MariAntonia da USP, Cine Nave, Cine Olido, Cinemateca Brasileira, Espaço Augusta de Cinema, Ocupação 9 de Julho e Sesc Vila Mariana.
O evento celebra os 76 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estabelecida em 10 de dezembro, e seu objetivo é divulgar e discutir, através de manifestações artísticas, as diversas temáticas relacionadas aos direitos humanos.
Com o tema “Entre Raízes e Horizontes”, a proposta desta edição é tratar das ligações entre o que nos define historicamente e as possibilidades de projetar o futuro.
O 4º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos é uma realização do Instituto Vladimir Herzog e da Criatura Audiovisual, o evento tem patrocínio da CAIXA.
cerimônia de abertura
Agendada para o dia 10/12, terça-feira, às 19h00, no Sesc Vila Mariana, a cerimônia de abertura do evento tem como principal atração a exibição de “Malês”, longa-metragem brasileiro ainda inédito no circuito comercial. Dirigida pelo ator Antonio Pitanga, a obra se passa durante aquela que é considerada como a maior insurreição de escravizados da história do Brasil: a Revolta dos Malês, ocorrida em 1835 em Salvador, na Bahia. No elenco destacam-se Camila Pitanga, Rocco Pitanga, Samira Carvalho e Patricia Pillar, além do próprio diretor do filme.
debate com filhos de Eunice e Rubens Paiva e Clarice e Vladimir Herzog
Em 13/12, sexta-feira, às 18h30, acontece o debate “Heroínas dessa História”, agendado para o Centro MariAntonia da USP. A data marca o anúncio, em 1968, do Ato Institucional nº 5 (AI-5), um dos atos mais duros da ditadura militar, que marcou o início dos chamados “anos de chumbo” no Brasil.
O encontro reúne a professora Vera Paiva e Ivo Herzog, presidente do conselho do Instituto Vladimir Herzog, ambos filhos de símbolos da luta contra o regime militar brasileiro. Vera Paiva, interpretada no filme “Ainda Estou Aqui” pelas atrizes Valentina Herszage e Maria Manoella, é filha do engenheiro e político assinado nos porões da ditadura militar Rubens Paiva (1929-1971) e da advogada Eunice Paiva (1929-2918) – estes, vividos no mesmo longa, respectivamente, por Selton Mello e por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Já Ivo Herzog é filho do jornalista, professor e dramaturgo Vladimir Herzog (1937-1975), assassinado nas instalações do DOI-CODI, em São Paulo, e de Clarice Herzog, publicitária e liderança de um movimento que colocou em xeque e cobrou investigação da versão do Exército a respeito da morte de seu marido.
O debate vai partir do livro “Heroínas dessa História” (2020, Autêntica Editora), uma produção do Instituto Vladimir Herzog que conta a história de 15 mulheres em busca de memória, verdade e justiça. Eunice Paiva e a Clarice Herzog são retratadas na obra.
A mediação está a cargo da jornalista Tatiana Merlino, uma das organizadoras da publicação. O encontro é parte das atividades de abertura da exposição “Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”. (veja abaixo)
homenagem a Davi Kopenawa
Davi Kopenawa é um dos homenageados nesta edição do 4º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos. No dia 12/12, quinta-feira, a partir das 20h30, o Centro Cultural São Paulo recebe o xamã e liderança do povo Yanomami, vencedor do Prêmio Right Livelihood e da Ordem do Mérito Cultural, para um encontro intitulado “Defender os Sonhos”. Conhecido mundialmente por sua luta em defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica, além de ser coautor do livro “A queda do céu: palavras de um xamã Yanomami”, Davi Kopenawa irá dialogar com o público presente sobre a importância dos sonhos, da cultura e do mundo sensível para a defesa da vida.
Antes, às 16h30, no mesmo local, é exibido o longa-metragem “A Última Floresta” (2021), de Luiz Bolognesi, obra vencedora do prêmio do público da seção Panorama no Festival de Berlim e da qual Davi Kopenawa participa e é corroteirista.
Às 18h30 é a vez de “A Queda do Céu” (2024), longa-metragem baseado nas palavras de Davi Kopenawa que retrata a comunidade watoriki durante o importante ritual funerário reahu, um esforço coletivo para segurar o céu. Selecionada para o Festival de Cannes, o longa-metragem, inédito no circuito comercial, acumula prestigiosas premiações: melhor direção de documentário no Festival do Rio; grande prêmio do júri da competição Kaleidoscope no DOC NYC, maior festival de documentários dos Estados Unidos; melhor documentário internacional no Festival de Guanajuato (México); e prêmio especial do júri no Festival de Documentários DMZ (Coreia do Sul). Os diretores do filme, Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, também participam do encontro com Davi Kopenawa.
homenagem a Lima Duarte
Filme de rara circulação, “Corpo em Delito”, de 1990, focaliza um médico legista que presta serviços aos órgãos de repressão política, forjando laudos de morte natural para massacrados pela tortura praticada nos porões da ditadura militar. Homenageado pelo festival, Lima Duarte, que interpreta o protagonista do longa, apresenta a sessão que acontece na Cinemateca Brasileira em 11/12, às 19h30. Dirigido por Nuno César de Abreu (1948-2016), a obra tem no elenco nomes como Regina Dourado, Dedina Bernardelli, Fernando Amaral, Delta Araujo, Renato Borghi, Edyr de Castro, Carlos de Jesus, Álvaro Freire, Wilson Grey, José Marinho e Dira Paes.
música na Ocupação 9 de Julho
No encerramento de sua quarta edição, o DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos apresenta uma programação especial em 15 de dezembro, domingo, com um dia inteiro dedicado à música e à solidariedade na Ocupação 9 de Julho, na região central da cidade de São Paulo.
A maratona começa com o tradicional almoço da Cozinha da Ocupação, em parceria com MTSC e o projeto Lute Como Quem Cuida, que a partir das arrecadações do almoço disponibiliza marmitas a pessoas em situação de vulnerabilidade. A partir das 15h, a Ocupação recebe um trio elétrico com programação musical, trazendo apresentações de artistas como o Bloco Filhos de Gil, o Bloco Ritaleena e o DJ KL Jay, entre outros.
Além da música, no local está prevista uma feira de produtos artesanais dos moradores da Ocupação 9 de Julho e um ponto de arrecadação de alimentos não perecíveis e roupas, a serem doados para iniciativas que apoiam pessoas em vulnerabilidade social.
debate “Mover as palavras-flecha”
Agendado para o dia 14/12, sábado, às 17h30, o debate “Mover as palavras-flecha” conta com a participação dos artistas musicais Thiago Elniño e Brisa Flow. A mediação é da escritora Mel Duarte. No encontro, os artistas partem de símbolos presentes em suas obras, dialogando com ancestralidades e saberes afro-indígenas, para discutir o papel da música e da arte na defesa da vida, da dignidade e dos direitos humanos.
O rapper Thiago Elniño é destaque da nova cena do hip hop brasileira. Com originalidade, suas músicas abordam questões raciais e sociais no contexto urbano, principalmente através de rimas maravilhosamente alinhadas com sua capacidade de brincar com as palavras.
Brisa de la Cordillera, mais conhecida como Brisa Flow, é cantora, musicista, compositora, poeta, performer, produtora musical, ativista e uma das principais expoentes do futurismo indígena no Brasil.
Mel Duarte é uma escritora, poeta, slammer e produtora cultural brasileira. Seu mais recente livro de poesia, “Colmeia – poemas reunidos”, foi lançado em 2021 pela Editora Philos.
exposição “Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”
Documentos dos perseguidos na ditadura de Augusto Pinochet no Chile, a partir de 1973, fazem parte da exposição “Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”, com inauguração em 13/12, sexta-feira, a partir das 16h00, no Centro MariAntonia da USP. Em cartaz até 30 de março de 2025, a exposição traz a história de homens e mulheres que, no golpe de Augusto Pinochet – 11 de setembro de 1973 – ingressaram na Embaixada da Argentina, em Santiago do Chile, em busca de refúgio. Os perseguidos incluíam muitos brasileiros e brasileiras que também não puderam regressar ao Brasil.
“Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição” também ressalta a solidariedade de organizações e igrejas que salvaram vidas. Por sua vez, a artista brasileira Fulvia Molina apresenta instalação com as 434 vítimas citadas no Relatório da Comissão Nacional da Verdade no Brasil.
No evento de abertura da exposição estão previstas diferentes atividades, como a exibição do filme “Memória e Exílio”, de Silvio Tendler, e um debate sobre o livro “Heroínas dessa História”.
filme premiado no Festival de Cannes
Vencedor do prêmio de melhor ator na Semana da Crítica do Festival de Cannes 2024, “Baby” narra a história de um jovem sem rumo nas ruas de São Paulo que encontra um homem mais velho e novas maneiras de se sustentar. Ainda inédito comercialmente, a produção conquistou ainda os prêmios de melhor filme no Festival do Rio e de melhor interpretação no Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade. A sessão acontece em 13/12, às 19h00, no Cine Nave, no bairro paulistano do Cambuci.
“As Polacas” no Clube do Professor
Simultaneamente à sua estreia em salas comerciais, o longa “As Polacas” é atração de uma sessão especial fruto de uma parceria do com o Clube do Professor, projeto do Espaço Augusta de Cinema que promove exibições semanais gratuitas para educadores. A sessão, agendada para 14/12, às 11h00, será aberta ao público em geral.
O enredo do filme conta a saga da polonesa Rebeca, fugindo da perseguição aos judeus e dos horrores da guerra e da fome na Europa, chega ao Brasil para reencontrar o marido e iniciar uma nova vida. Porém, ao contrário das promessas de felicidade, a realidade que encontra no Rio de Janeiro é completamente diferente.
A produção percorreu festivais nacionais e internacionais, tendo recebido os prêmios de melhor diretor para João Jardim e melhor atriz para Valentina Herszage e Dora Freind no Festival de Punta del Leste (Uruguai). Caco Ciocler foi premiado como melhor ator no FESTin, em Lisboa, enquanto o som e música do longa foram laureados no Festival de Cine Latino de Oklahoma (EUA).
“Os Afro-sambas: O Brasil de Baden e Vinicius”: primeira exibição em SP
Inédito comercialmente, “Os Afro-sambas: O Brasil de Baden e Vinicius” ganha sua primeira projeção em telas paulistanas durante o festival. O filme conta, em diferentes dimensões, a história de um dos mais cultuados discos brasileiros: “Os Afro-sambas”, de 1966. Participantes da gravação original, críticos, amigos dos músicos e seus familiares revivem a criação dessa obra-prima. Filmada entre Salvador e Rio de Janeiro, a produção reúne também imagens de arquivo em histórias que iluminam uma obra que mudou para sempre a música brasileira e mundial. O diretor do longa Emílio Domingos tem no currículo “Black Rio! Black Power!” e “Chic Show”, entre outros.
curtas-metragens no Cine Olido
Uma sessão composta por seis curtas-metragens brasileiros inéditos está programada no Cine Olido, no Centro Histórico de São Paulo, em 14/12, às 14h00. Abordando diferentes aspectos relacionados aos direitos humanos, os filmes selecionados são “Fluxo”, de Filipe Barbosa; “A Fumaça e o Diamante”, de Bruno Villela, Fábio Bardella e Juliana Almeida; “Utopia Muda”, de Julio Matos; “Meu Amigo Pedro MIXTAPE”, de Lincoln Péricles; “O Nome da Vida”, de Amanda Pomar; e “André Hullk: Arte e Ancestralidade”, de João Coelho e Rodrigo Duarte.
plataforma Sesc Digital
Oito curtas-metragens da programação do ficam disponibilizados de 10 a 22 de dezembro pela plataforma Sesc Digital [https://sesc.digital/], de acesso gratuito.
Fazem parte da seleção “Bença”, de Mano Cappu, “Caiçara Futurista”, de Debora Bergamini, “Engole o Choro”, de Fabio Rodrigo, “Expresso Parador”, de JV Santos, “Lagrimar”, de Paula Vanina, “Nosso Panfleto Seria Assim”, de Leandro Olimpio, “O Silêncio Elementar”, de Mariana de Melo, e “Pequenas Insurreições”, de William de Oliveira.
RAP NA RUA OFICIAL
Mais que uma mídia de Rap, Trap e Funk, o RAP NA RUA se tornou uma marca em 2024. Intitulada RAP NA RUA OFICIAL, a marca oferece diferentes tipos de serviço para diferentes clientes da música. Somos o RAP NA RUA, um veículo de comunicação que divulga e cobre shows desde 2011 e também somos a RNR Assessoria, uma agência de comunicação 360° que oferece serviços de assessoria de imprensa, relações públicas e publicidade para artistas, selos, gravadoras e eventos.
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